domingo, 25 de março de 2012

Aula 7 Duas visões diferentes sobre a moeda

Nas duas aulas passadas, vimos o resgate da teoria quantitativa da moeda , artigo do friedman, e a moeda como um ativo financeiro que pode concorrer com o capital,artigo do Tobin. São duas visões distintas sobre a moeda. 
O resgate da teoria quantitativa apresentou a moeda como um ativo que concorre com outros. Por ai, não difere da teoria apresentada por Tobin. Mas supos que os retornos dos ativos concorrentes é constante em termos reais. Ou que não mudam em função da quantidade de moeda, são insensiveis as mudanças do nivel geral de preços. 
No artigo do Tobin, esta hipotese não existe , ja que a moeda, concorrendo com outros ativos, afeta seus preços e as suas taxas de retorno. 
Para compreendermos esta diferença, vamos usar as funções da moeda. 
Para os classicos e para o Friedman, a moeda não é uma reserva de valor. Não rende juros e no longo prazo não faz sentido decidir entre reter moeda ou reter  mais ativos reais ( criados por investimento) direta ou indiretamente ( ações, emprestimos, bonus). Supoe tambem que os preços são flexiveis em termos nominais , isto é , sobem ou descem rapidamente em função da demanda e da oferta ate que o preço relativo equilibre o mercado. Embora sejam expressos em dolar, o preço em dolar e muito variavel. O preço que importa para as decisões economicas é o preço relativo sempre conhecido pelos agentes consumidor, trabalhador ou empresario. O preço nominal é usado apenas para as realizar os pagamentos. Desta forma, o dinheiro também não e uma unidade de conta. Em outras palavras, o dinheiro classico é apenas meio de pagamento, como se fosse um passe escolar ou um bilhete de cinema. Sob estas hipoteses , o aumento da oferrta de passes escolares ou de bilhetes de cinema acaba sem duvida reduzindo o seu preço. E o aumento da quantidade de moeda tambem reduz o valor da moeda  ou, o que é a mesma coisa, aumenta o nivel geral de preços. 

Para Keynes e seus descendentes a moeda é reserva de valor face a incerteza ( diferente de risco = a imprevisibilidade dos efeitos de decisões não repetitivas, que são as decisões de investimento). Não rende juros mas concorre com  o capital, sendo o porto seguro disponivel para os empresarios face ao medo ou a incerteza sobre o resultado dos investimentos. 
Além disto, a moeda dos keynesianos e descendentes é unidade de conta. Agentes economicos tomam decisões a partir de preços nominais, preços expressos em moeda nacional. Ainda que comparem estes preços nominais com outros preços nominais ( e portanto olhem para preços relativos), podem controlar e negociar apenas em termos de preços nominais. E estes preços são rigidos. Portanto, a moeda keynesiana é reserva de valor e unidade de conta. 
 
Esta diferença de pontos de vista sobre a moeda pode ser vista na analise do Bailey sobre o imposto inflacionario, no artigo mencionado na bibliografia. Para ele, as pessoas economizam moeda , pois  retendo moeda deixam de ganhar juros. E esta decisão é uma decisão não otima. Como o custo marginal de produzir moeda é zero, a quantidade otima de moeda retida deveria ser a correspondente ao caso em que a taxa de juros nominal fosse zero, ou seja, onde i= r+taxa de inflação= 0. Este ponto so seria atingido se tivessemos uma taxa de deflação ( inflação negativa) igual a taxa de retorno real media da economia. Portanto, uma deflação igual a r garantiria uma retenção de moeda otima, dada por custo marginal= a custo de reter moeda= i = r - taxa de deflação=0.

Um economista keynesiano faz proposta simetrica. Como a moeda concorre com o capital e é uma aplicação que reduz os investimentos, a retenção de moeda deveria ser penalizada. Propoe que a moeda perdesse valor todos os meses se não fosse carimbada e seria carimbada smpre que trocasse de mãos. Esta proposta é analoga a propor alguma taxa de inflação para desincentivar o investimento em moeda. 
 
São duas visões opostas decorrentes da visão oposta que cada lado tem sobre as funções que  a moeda desempenha no mundo real. 

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